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Papel dos contadores na reforma tributária; oportunidades ou ameaças?

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Como contador especialista em reforma tributária, percebo que as mudanças propostas são significativas e profundas no dia a dia da nossa profissão.

A reforma busca simplificar e unificar tributos, tornando o sistema mais transparente e menos burocrático. Isso nos coloca, contadores, em uma posição crucial. Ela vai automatizar e facilitar a interpretação, cálculo, declaração e recolhimento dos tributos sobre o consumo, que hoje são todos manuais e altamente arriscados e complexos, como ICMS, PIS, COFINS, IPI e ISSQN.

Temos a responsabilidade de entender profundamente essas mudanças e orientar nossos clientes para a melhor adaptação possível.

A reforma traz desafios, mas também oportunidades, reforçando o valor do nosso trabalho. É preciso  enxergar as novas possibilidades, e estabelecer um papel de maior protagonismo à contabilidade, como ferramenta de gestão e acompanhamento da saúde econômico financeira das empresas. Além de ajudar os nossos clientes a fazerem uma transição eficiente e estratégica para esse novo cenário tributário.

Como aconteceu com o fim da hiperinflação, os empreendedores precisarão compreender os negócios, preços e custos, sem a interferência dos impostos sobre os consumo entranhados nos preços. Com preços mais transparentes entre as empresas com tributação isonômica, com muito menos distorções por benefícios fiscais nem sempre tão acessíveis a todos, principalmente aqueles que não tem tanta estrutura administrativa, contábil e jurídica para suportar o alto nível de complexidade dos negócios.

E você contador é figura fundamental. Você é o Google e o Chat GPT do empresário. Você é o cara, é aquele que conhece com profundidade o antes, o durante e o depois de cada compra, venda e pagamento realizado na empresa do seu cliente.

Além disso também terá que conduzir essa transformação dentro da sua própria empresa contábil, orientando e realocando profissionais de cunho meramente técnico, para um perfil e funções que demandam muito mais softskills e habilidades de comunicação, análise de informações contábeis e poder de síntese. Eles não terão uma demanda tão maçante nos setores fiscais, que tendem a ser reduzidos, afinal os 5 impostos mais complexos que temos irão simplesmente desparecer e dar lugar a impostos IBS/CBS que são automáticos e não exigirão sequer guias para seu recolhimento, muito menos inúmeras obrigações acessórias como DCTF, EFD`s, e deverão ser reduzidos dezenas de campos dentro das próprias notas fiscais.

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