Grupo de bilionários pede para pagar mais impostos; entenda

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A iniciativa visa combater desigualdades e contribuir com melhorias nos serviços públicos.

Um grupo composto por mais de 250 bilionários e milionários divulgou uma carta aberta durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, no dia 17 de janeiro, pedindo aos líderes mundiais que aumentem os impostos sobre suas fortunas.

A iniciativa busca combater as crescentes desigualdades e direcionar recursos para melhorias nos serviços públicos em escala global.

Na carta, os bilionários expressam surpresa com a falta de resposta dos líderes políticos às demandas feitas ao longo dos últimos três anos. Eles destacam a necessidade urgente de abordar o aumento da desigualdade econômica, alertando que a falta de ação terá consequências catastróficas para a sociedade.

“Queremos ser taxados”, é a mensagem direta do grupo, que inclui pessoas influentes de 17 países, incluindo o brasileiro João Paulo Pacifico, fundador do grupo de investimentos Gaia, que hoje colabora com cooperativas do Movimento dos Sem Terra (MST) no Brasil; além da herdeira do império Disney, Abigail Disney; o ator e roteirista Simon Pegg; Valerie Rockefeller, herdeira da dinastia de sua família; Ise Bosch, neta do industrial alemão Robert Bosch e o músico e compositor Brian Eno, além do ator da série Succession, Brian Cox.

O documento, intitulado “Proud to pay” (“Orgulhosos em pagar”), destaca a necessidade de transformar a riqueza extrema e improdutiva em investimento no futuro democrático comum. Os bilionários pretendem entregar pessoalmente a carta aos líderes reunidos em Davos.

Uma pesquisa recente realizada pela entidade de pesquisas Survation, a pedido do grupo Patriotic Millionaires dos Estados Unidos, revela que 74% dos super-ricos apoiam a ideia de pagar mais impostos sobre suas fortunas para combater a crise no custo de vida e melhorar os serviços públicos.

Segundo a pesquisa, 58% dos ricos entrevistados apoiam a criação de uma taxa de 2% sobre fortunas acima de US$ 10 milhões, enquanto 54% acreditam que a riqueza extrema representa uma ameaça à democracia.

O aumento das desigualdades econômicas também foi destacado por um relatório da ONG Oxfam International, apresentado em Davos.

O documento revela que as fortunas dos cinco homens mais ricos do mundo mais que dobraram desde 2020, enquanto 5 bilhões de pessoas ficaram mais pobres. As cinco principais fortunas, incluindo nomes como Elon Musk e Jeff Bezos, aumentaram 114%, atingindo US$ 869 bilhões no ano passado.

A Oxfam destaca que o poder financeiro de quase 60% da população mundial caiu 0,2% em termos reais desde 2020. A organização estima que seriam necessários 229 anos para erradicar a pobreza global, ressaltando a urgência de medidas que revertam esse cenário alarmante.

 

Fonte: Contábeis

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