Inteligência Artificial veio para colaborar com corte de custos nas empresas
ROGÉRIO BORILI
O uso de Inteligência Artificial (IA) pode revolucionar a área tributária nas empresas. Com as melhores combinações de algoritmos e ferramentas, a nova tecnologia veio para colaborar de vez com a redução de custos nas empresas e, principalmente, para acelerar as análises da grande massa de informações geradas pela área. Assim, garante o uso mais estratégico das informações, com grande poder de processamento e de compliance.
A IA entra na área tributária realmente com a função de acelerador. Essa tecnologia permite interação mais rápida e segura entre o volume de informações, já que os SPEDs geraram uma massa de dados grande que vem de pontos diferentes, mas que se convergem e, por isso, necessitam ser concentrados e analisados para que possam gerar as melhores abordagens.
Ao contrário do que se pode imaginar, definitivamente, essa tecnologia não decreta o fim do profissional da área tributária. É uma aliada vital para fortalecer a profissão, extraindo e valorizando o conhecimento do ser humano e transferindo para a tecnologia apenas a função operacional. Com isso, o status desse profissional tornar-se mais estratégico e valorizado.
A IA não é mais uma novidade. Os algoritmos de IA existem há tempos. O que temos agora é poder computacional para lidar com isso. Chegamos no momento em que o ambiente está mais favorável para a implantação da tecnologia: volumes de dados, dados disponíveis e máquinas capazes de lidar com toda essa massa.
Há 10 anos, quando o governo implantou o SPED, iniciou ação para padronizar as informações que recebe das empresas. Foi preciso automatizar os controles internos das empresas, com dados mais estruturados e padronizados, o que facilitou a aplicação dos algoritmos de IA.
Apesar dos inquestionáveis benefícios, esse arsenal de ferramentas é recente nos processos da área. O desafio é aplicar essa tecnologia nos dados para extrair as estratégias e, a partir delas, fazer uma leitura muito mais pragmática. A IA vai produzir análises mais isentas e seguras.
O uso da IA aponta duas vertentes: acelerar a extração de informações úteis para a tomada de decisão e, também para identificar problemas no dia-a-dia de forma certeira, com rotinas que realizam validações entre as obrigações e entre as operações da empresa, dos seus fornecedores e clientes. Assim será possível identificar falta de compliance e evitar que erros se propaguem.
Para exemplificar a contribuição do IA à área tributária podemos utilizar o caso do Ex-Tarifário. Complexo de interpretar, o mecanismo permite a redução de tributos na importação de bens, desde que não haja um similar feito localmente.
O processo de identificação do item para pleitear o benefício exige detalhamento técnico, garantido que não haja similar nacional. Aí entra a IA. Imagine uma machine learning capaz de monitorar e aprender sobre as bases do governo para buscar um Ex-Tarifário já existente e que se encaixe para seu produto ou ainda apontar Ex-Tarifários semelhantes que podem se encaixar no seu pleito com algumas alterações na descrição atual do pedido.
Uma tarefa humanamente impossível de concluir no mesmo tempo, qualidade e segurança. O ideal é estar pronto para o novo aliado da área tributária, que vai tornar esse mercado ainda mais estratégico e a sua mão-de-obra imprescindível.
Fonte: FENACON