O mês de junho é famoso pelas típicas quermesses com barraquinhas, comidas e bebidas. Mas o Fisco também participa, abocanhando grande volume de tributos embutidos nos preços dos produtos consumidos nas festas juninas. Até as imagens dos santos festejados entram na roda: mais da metade do preço das imagens (51,52%) é composta por tributos.
Segundo estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), entre os itens mais tributados estão o quentão e os fogos de artifício, ambos com 61,56% de tributos, e o vinho quente, com 54,73%.
Mesmo os quitutes que possuem um valor mais acessível não escapam dos encargos que já vêm embutidos. A incidência tributária é de 36,54% na cocada ou no amendoim, por exemplo.
Quem pretende curtir a festa caracterizado precisará remendar o bolso depois de tantos tributos nas vestimentas: os encargos chegam a 34,67% na camisa xadrez e no vestido, 33,95% no chapéu de palha e 36,17% na bota de caubói.
De acordo com o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, existe um exagero de tributação no Brasil, principalmente sobre o consumo: os preços de todos os produtos vêm carregados de tributos. “Em desacordo com o princípio da seletividade, pela sua essencialidade, os itens básicos de consumo sofrem com a alta carga tributária, o que deveria ocorrer em menor grau, já que se tratam de alimentos comuns à mesa do brasileiro durante todo o ano, afirma Olenike.
Preços. Apesar de todos os impostos, o consumidor tem um consolo: a cesta de produtos de festa junina encareceu, mas menos que a inflação. Segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), essa cesta teve aumento de custo de 2,7% entre 2016 e 2017. É abaixo da média da inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que acumula taxa de 4,05% em 12 meses.
PESO NO BOLSO
Maiores aumentos de preços entre 2016 e 2017:
Fubá: 17,83%
Farinha de mandioca: 16,81%
Bolo pronto: 14,13%
Milho de pipoca: 13,43%
Queijo minas: 13,34%
Queijo coalho: 11,90%
Maiores quedas:
Batata inglesa: -45,63%
Couve: -7,52%
Mandioca: -5,90%
Farinha de trigo: -4,47%
Óleo de soja: -1,83%
Fonte: SESCON-SP